29/01/2013 - 16h17
Astronauta Buzz Aldrin arranca gritos e aplausos em palestra na Campus Party
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Centenas de jovens foram ao delírio, gritando e aplaudindo em pé. Foi a deixa para que Buzz Aldrin fizesse sua entrada triunfal.
Segundo homem a pisar na Lua, em 1969 na missão Apollo 11, Aldrin, 82, não quer saber de parar. Está prestes a lançar um livro sobre a exploração de Marte, percorre o mundo dando palestras e ainda tem tempo de palpitar na política e no programa espacial americanos.
Lalo de Almeida/Folhapress | ||
Buzz Aldrin, segundo homem a pisar na Lua, fala durante palestra na Campus Party, em São Paulo |
Para a plateia, composta essencialmente de jovens que já nasceram com a exploração espacial consolidada, ele começou do básico: o quão difícil e distante parecia o objetivo de pousar um homem na Lua, anunciado em 1961 pelo então presidente John Kennedy, morto em 1963.
Os grandes pioneiros no espaço, até então, eram os soviéticos, com o primeiro satélite, o Sputinik, e o primeiro homem em órbita, Yuri Gagárin. "O presidente não havia nos dado escolha. Falhar não era uma opção."
Não faltaram piadas. "Quando desci da nave para a superfície da Lua, tomei cuidado para não bater a porta. Nós não tínhamos a chave."
MISSÃO MARTE
De gravata azul com a estampa de um foguete, anel em formato da Lua, broche com a bandeira americana e pulseiras de caveirinha, o ex-astronauta parece querer dar muitos recados de uma vez.
Além da missão à Lua, Aldrin explicou brevemente o que ele considera ser a melhor forma de exploração em Marte: não em pequenas missões, mas com a construção de uma base, provavelmente em Fobos, uma das luas do planeta vermelho.
A descrição completa estará em seu novo livro, "Mission to Mars: My Vision for Space Exploration" (Missão a Marte: Minha Visão para a Exploração Espacial), que será lançado em maio nos Estados Unidos e vai incluir também sugestões para economizar combustível na viagem à Marte.
Para o ex-astronauta, devemos pisar no planeta vermelho entre 2035 e 2040.
"As comemorações de 50 anos das missões Apollo [realizadas entre 1961 e 1972] seriam uma boa data para anunciar um plano assim", diz o ex-astronauta. "Que governante terá a coragem de fazer isso?", indaga ele em tom desafiador.
EXPERIÊNCIA PESSOAL
Aldrin também falou sobre a importância de os jovens se manterem curiosos e com coragem de desafiar os limites estabelecidos e de sua experiência fora do trabalho.
"Tive problemas com o álcool, mas me recuperei. Estou há 34 anos sóbrio", disse ele, arrancando aplausos e gritos da plateia.
Aldrin sabe como atrair os holofotes. Diferentemente do introvertido Neil Armstrong, morto em 2012, seu companheiro de missão e o primeiro a tocar a superfície lunar, Aldrin não foge de entrevistas ou de aparições públicas.
Ele trabalha dando palestras e consultoria para empresas e até já dançou na versão americana da "Dança dos Famosos". O ex-astronauta também dublou a si mesmo para o desenho "Os Simpsons" e fez pequenas participações no cinema.
PATRIOTISMO
Ignorando a rivalidade entra americanos e brasileiros sobre quem construiu o primeiro avião (Santos Dumont ou os irmãos Wright), Aldrin falou dos aviadores americanos e do pioneirismo e da coragem de seus compatriotas.
Em conversa com jornalistas, Aldrin reiterou seu descontentamento com alguns dos rumos do programa espacial americano e criticou os cortes de verbas da Nasa. No entanto, elogiou a participação da iniciativa privada na exploração espacial.
Para tirar o constante sorriso do rosto do veterano, só mesmo uma pergunta sobre as naves russas Soyuz, que hoje são a única maneira que os americanos têm de chegar à Estação Espacial Internacional após a aposentadoria dos ônibus espaciais.
"Estamos pagando muito dinheiro para o programa espacial deles. As Soyuz não são a maneira mais segura de chegar ao espaço, mas é o que temos por agora".
"Mission to mars: my vision for space exploration"
AUTOR Buzz Aldrin
EDITORA National Geographic
PREÇO US$ 15,90 (R$ 31,56), na Amazon.com, em pré-venda
LANÇAMENTO 7 de maio, nos EUA
AUTOR Buzz Aldrin
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