segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Astronauta Buzz Aldrin arranca gritos e aplausos em palestra na Campus Party - Folha de São Paulo


29/01/2013 - 16h17

Astronauta Buzz Aldrin arranca gritos e aplausos em palestra na Campus Party

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Campus Party 2013O falatório e o barulho de videogame, até então incessantes na Campus Party, evento de tecnologia em São Paulo, foram interrompidos por uma pomposa música instrumental digna de filmes de ação, seguida por um caprichado vídeo mostrando a preparação e as dificuldades da viagem à Lua.
Centenas de jovens foram ao delírio, gritando e aplaudindo em pé. Foi a deixa para que Buzz Aldrin fizesse sua entrada triunfal.
Segundo homem a pisar na Lua, em 1969 na missão Apollo 11, Aldrin, 82, não quer saber de parar. Está prestes a lançar um livro sobre a exploração de Marte, percorre o mundo dando palestras e ainda tem tempo de palpitar na política e no programa espacial americanos.
Lalo de Almeida/Folhapress
Buzz Aldrin, segundo homem a pisar na Lua, fala durante palestra na Campus Party, em São Paulo
Buzz Aldrin, segundo homem a pisar na Lua, fala durante palestra na Campus Party, em São Paulo
Para a plateia, composta essencialmente de jovens que já nasceram com a exploração espacial consolidada, ele começou do básico: o quão difícil e distante parecia o objetivo de pousar um homem na Lua, anunciado em 1961 pelo então presidente John Kennedy, morto em 1963.
Os grandes pioneiros no espaço, até então, eram os soviéticos, com o primeiro satélite, o Sputinik, e o primeiro homem em órbita, Yuri Gagárin. "O presidente não havia nos dado escolha. Falhar não era uma opção."
Não faltaram piadas. "Quando desci da nave para a superfície da Lua, tomei cuidado para não bater a porta. Nós não tínhamos a chave."
MISSÃO MARTE
De gravata azul com a estampa de um foguete, anel em formato da Lua, broche com a bandeira americana e pulseiras de caveirinha, o ex-astronauta parece querer dar muitos recados de uma vez.
Além da missão à Lua, Aldrin explicou brevemente o que ele considera ser a melhor forma de exploração em Marte: não em pequenas missões, mas com a construção de uma base, provavelmente em Fobos, uma das luas do planeta vermelho.
A descrição completa estará em seu novo livro, "Mission to Mars: My Vision for Space Exploration" (Missão a Marte: Minha Visão para a Exploração Espacial), que será lançado em maio nos Estados Unidos e vai incluir também sugestões para economizar combustível na viagem à Marte.
Para o ex-astronauta, devemos pisar no planeta vermelho entre 2035 e 2040.
"As comemorações de 50 anos das missões Apollo [realizadas entre 1961 e 1972] seriam uma boa data para anunciar um plano assim", diz o ex-astronauta. "Que governante terá a coragem de fazer isso?", indaga ele em tom desafiador.
EXPERIÊNCIA PESSOAL
Aldrin também falou sobre a importância de os jovens se manterem curiosos e com coragem de desafiar os limites estabelecidos e de sua experiência fora do trabalho.
"Tive problemas com o álcool, mas me recuperei. Estou há 34 anos sóbrio", disse ele, arrancando aplausos e gritos da plateia.
Aldrin sabe como atrair os holofotes. Diferentemente do introvertido Neil Armstrong, morto em 2012, seu companheiro de missão e o primeiro a tocar a superfície lunar, Aldrin não foge de entrevistas ou de aparições públicas.
Ele trabalha dando palestras e consultoria para empresas e até já dançou na versão americana da "Dança dos Famosos". O ex-astronauta também dublou a si mesmo para o desenho "Os Simpsons" e fez pequenas participações no cinema.
PATRIOTISMO
Ignorando a rivalidade entra americanos e brasileiros sobre quem construiu o primeiro avião (Santos Dumont ou os irmãos Wright), Aldrin falou dos aviadores americanos e do pioneirismo e da coragem de seus compatriotas.
Em conversa com jornalistas, Aldrin reiterou seu descontentamento com alguns dos rumos do programa espacial americano e criticou os cortes de verbas da Nasa. No entanto, elogiou a participação da iniciativa privada na exploração espacial.
Para tirar o constante sorriso do rosto do veterano, só mesmo uma pergunta sobre as naves russas Soyuz, que hoje são a única maneira que os americanos têm de chegar à Estação Espacial Internacional após a aposentadoria dos ônibus espaciais.
"Estamos pagando muito dinheiro para o programa espacial deles. As Soyuz não são a maneira mais segura de chegar ao espaço, mas é o que temos por agora".
"Mission to mars: my vision for space exploration"
AUTOR Buzz Aldrin
EDITORA National Geographic
PREÇO US$ 15,90 (R$ 31,56), na Amazon.com, em pré-venda
LANÇAMENTO 7 de maio, nos EUA

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